sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Quem consegue traçar um paralelo?

Pessoal, encontrei este texto e o achei muito interessante, uma vez que nos diz muito sobre o pensamento do brasileiro.
Lanço um desafio... Qum conegue estabelecer um paralelo entre as ideias nele contidas?
As fontes do objeto desta postagem estão no final.

Um abraço e... boa reflexão:

Bicicleta no futebol e na ciência!
por Sérgio Mascarenhas
http://143.107.180.237/cluster/index.ph./news_site/revista/textos/artigos/ciencia_futebol

Um paralelo muito instrutivo é o da análise entre o futebol e a ciência no Brasil. Muitos se perguntam por que o futebol brasileiro é pentacampeão mundial, produz seguidamente astros mundiais como Pelé, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Zico e tantos outros que fazem do Brasil um celeiro de craques. Todos “produtos de exportação de alto valor agregado”, ”portadores de futuro da alta tecnologia futebolística“. Isto é demonstrado pela contratação de vários técnicos brasileiros por outros países para a disputa do mundial de 2006. Por que, então, em ciência, tecnologia e inovação, embora tenhamos grandes valores de alto padrão internacional, não temos ainda nenhum Prêmio Nobel ou um Fields Prize (o Nobel da Matemática)?


A explicação é fácil: a infância, a juventude e a população em geral, fazem parte atuante da cultura futebolística. O número de campos de “peladas” é enorme. Todo garoto, pobre ou rico (mais pobres que ricos), é altamente motivado, social e culturalmente, para a prática do futebol, isto quase que espontaneamente, graças ao fato de que o futebol (mas não a ciência!) é uma cultura popular que impregna de maneira sustentável a sociedade.

Continuidade e sustentabilidade são fatores fundamentais para a quantidade com qualidade. Os investimentos em grandes estádios, os campeonatos municipais, estaduais, nacionais e internacionais são fortemente divulgados na mídia de maneira contínua, agitada e atraente. Os clubes (verdadeiras “escolas”) têm incubadoras para garantir valores jovens, “olheiros” para contratar talentos e para aprender como jogam os futuros competidores, técnicos, fisioterapeutas, médicos e até psicólogos.

Toda essa “cadeia produtiva” do futebol brasileiro não tem paralelo na ciência e tecnologia. Ciência, tecnologia e inovação ainda não fazem parte da cultura brasileira, onde não temos laboratórios nas escolas públicas (ou, se os temos, são pouco usados) nem professores de ciências bem formados e, sobretudo, bem pagos e com o prestigio social adequado (o que é muito importante!).

Igualmente fundamental é o deus capitalista: Mercado! Isto é, enquanto as cadeias produtivas futebolísticas têm um fortíssimo mercado de bilhões de euros, dólares e yens, isso não acontece com o Brasil, que exporta milhões de toneladas de commodities, quando também deveria exportar miligramas e nanogramas com alto valor agregado de conhecimentos.

No entanto, no que tange ciência, tecnologia e inovação, o Brasil já provou que pode ter não só os seus “pelés” (Prêmios Nobel) como também grandes times (escolas científicas), grandes líderes (cientistas nucleadores e formadores de escolas e tradições sustentáveis) e principalmente geradores de centros emergentes para “florestar” o Brasil com talentos e “campos de várzea de ciências” (laboratórios escolares, feiras de ciências, olimpíadas, livros e divulgação científica através de museus e centros como preconizados pelos grandes José Reis, Crodowaldo Pavan e Isaias Raw).

Com isso criaríamos não apenas “sequóias” (grandes laboratórios multidisciplinares e grandes redes temáticas) mas florestaríamos também o país com centros pequenos e médios, verdadeiras incubadoras de talentos. OCNPq, a CAPES, a FINEP, a EMBRAPA e a FAPESP são magníficos exemplos de ações que podem e devem ser feitas. O atual ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Machado Rezende, e o atual Presidente da Embrapa, Silvio Crestana, são exemplos de padrão internacional que nuclearam, cresceram e construíram ciência, tecnologia e inovação, estimulando e apoiando talentos pioneiramente.

Mas, como o Brasil é o “País da Esperança”, lembro também Anísio Teixeira, com quem tive a honra de trabalhar, e que me dizia com aquele brilho de sonhador no olhar: “Ainda vamos ter o Maracanã lotado para Educação e Ciência”. Ou as palavras do Prêmio Nobel Abdus Salam, com quem também trabalhei em Trieste, na Academia de Ciências do Terceiro Mundo: “Nações sem Ciência e Tecnologia estão fadadas ao subdesenvolvimento”.

Para encontrar “pelés” da Ciência precisamos buscá-los nas favelas, nas várzeas, entre ricos e pobres, nas ruas e nos condomínios de luxo, e então teremos não apenas nossos almejados Prêmios Nobel, mas um Brasil mais justo e desenvolvido! Aproveito para agradecer a Pelé pelo carinho com que recebeu minha composição “Pelé: o gol do século”, editada pelo Estúdio Berimbau, de São Carlos (SP), e que pode ser ouvida livremente no link: http://www.berimbauestudio.com.br/goldoseculo, e à Graziela de Castro Malagutti, pela idéia da “bicicleta” como ilustração.



E ai? Alguma relação entre as palavras: pelé, gol, bicicleta, ciência???
Eu vejo todas... mas deixo você pensar.

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