quinta-feira, 28 de maio de 2009

Uma reflexão sobre como ensinamos e aprendemos gramática

A Gramática Contemporânea Tradicional não é uma mera cópia da Gramática Grega e sim, uma herança de categorias greco-latinas, as quais não podemos, de forma alguma, dispensar, seja na vida acadêmica, ou docente.
Na Gramática Contemporânea Tradicional há, portanto, uma conjunção de estudos fono-morfo-sintático-semânticos, que devem, ou deveriam ser, de domínio do professor de língua materna, que na maioria das vezes lhe atribui uma função pedagógica, a qual é inadmissível, visto constituir um “meio” e não um “fim” no que diz respeito à aprendizagem de qualquer língua materna.
Ao professor cabe o conhecimento e o domínio de ciências como a lingüística e a filologia, afim de que a idéia, muitas vezes e erroneamente concebida, de que deve-se dispensar esta ou aquela teoria do ensino, continue a existir.
O conhecimento sólido de teorias se faz imprescindível quando aliado, entrelaçado, pois ensinar gramática é estar voltado para o desenvolvimento das competências lingüísticas, e conseqüentemente discursivas e culturais e não ater-se à explanações inteligíveis (por não fazerem sentido algum) aos nossos alunos, tornando quase impossível o ensino de gramática।
O professor preocupado, não despreza as produções lingüísticas de seus alunos, pelo contrário, parte dessa produção o seu trabalho; o de ensinar a língua padrão culta a partir da variação por eles conhecida, que não é a melhor ou pior, é apenas uma das possibilidades, mostrando, a partir daí que existem outras variantes sem eleger uma ou outra e deixando claro que a língua, eleita pela sociedade como a de maior prestígio deve ser aprendida sim na escola, com uma real proposta de uso em determinadas situações comunicativas.
Para alguns, o ensino de gramática possui três defeitos; a) a falta de organização lógica da disciplina, b) os objetivos da disciplina estão mal colocados, já que saber gramática, não é, necessariamente, saber escrever bem, e finalmente, c) a metodologia é inadequada, pois não possibilita ao aluno a obtenção de respostas científicas, apenas é instruído para que faça de um jeito, considerado o único certo, sem mais explicações.
Discordo em termos, visto que a falta de organização lógica não constitui realmente um defeito, que está na formação do profissional, ou seja, pelo não conhecimento real de teorias, há um privilegiamento da expressão oral em relação à escrita. Tendo essa posição, é natural dizer que a metodologia é inadequada, nem poderia ser, já que não há uma formação sólida e relacionando teorias, que devem ser para o professor e não para o aluno.
No que diz respeito a má colocação dos objetivos, aceitos os elencm a falta de cientificidade e precisão das respostas dadas aos alunos faz com que eles pensem que é inútil aprender gramática e desistam, de ao menos tentar, visto que não deveríamos tratá- los como futuros lingüistas e sim como seres capazes de interagir em qualquer situação.
Reforço aqui, que não é minha intenção desqualificar uma ou outr posicão, é justamente contrário disto: todas as teorias, desde que bem fundamentadas, têm seu valor e devem ser de conhecimento dos profissionais que ensinam língua materna, afim de que problemas, cujos quais foram colocados acima, deixem de acontecer pela desinformação e o despreparo de quem possui a tarefa árdua de ensinar ao falante, ao aluno, uma variação que não é a mais conhecida por ele.

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